Hoje vamos falar sobre neuroplasticidade. Sempre ouvimos muito essa palavra, mas o que realmente isso significa? Para explicarmos melhor, vamos utilizar o artigo abaixo como auxílio:
O termo neuroplasticidade vem do grego “plastikos”, que significa “formar” ou “dar forma”. Neuroplasticidade se refere a mudanças estruturais e funcionais no cérebro, que são trazidas através de treino e experiências. O cérebro é o órgão criado para responder diante da experiência, dessa forma, podemos considerar que o cérebro é dinâmico, se adaptando a mudanças que são feitas ao longo de toda a vida.
Ao nascimento, cada neurônio apresenta 7500 conexões, isso aumenta rapidamente nos primeiros 2 anos, onde as conexões são o dobro das de um adulto, pois na vida adulta temos uma questão chamada apoptose, que é a morte neuronal programada, onde as conexões não utilizadas são quebradas. Pesquisadores canadenses descreveram “ neurons that fire together, wire together”, ou seja, neurônios que disparam juntos, se conectam. Dessa forma, quando células ativam juntas, conexões são fortalecidas e preservadas. Essa preservação e força são dependentes de atividade. Experiências prévias tem grande impacto no desenvolvimento do cerebro, no comportamento, memória e aprendizado. Estudos mostram que um breve período de intensa estimulação de alta frequência aumenta a resposta subsequente dos neurônios pós-sinápticos à estimulação de baixa intensidade de neurônios pré-sinápticos, ou seja, se fizermos um período com estimulação intensa, quando diminuirmos a frequencia e duração dessa estimulação a resposta continuará sendo positiva. Como é o caso dos programas de intensivo, como Therasuit, Pediasuit, Medek por exemplo, onde fazemos cerca de 1 mês com atividades de grande intensidade, em seguida ao voltarmos para a atividade regular continuamos a notar melhora da função motora. Ao nascimento, o cérebro é muito imaturo, e na verdade, o cérebro humano não está totalmente maduro até pelo menos vinte anos após o nascimento. Além disso, durante este longo desenvolvimento, é altamente dependente, modificado e moldado pela experiência. Esta plasticidade do cérebro também é máxima durante os períodos críticos, que é um período de tempo maturacional, durante o qual alguma experiência crucial terá seu efeito máximo no desenvolvimento ou aprendizado, resultando em comportamento normal em sintonia com o ambiente particular ao qual o organismo foi exposto. Após o periodo critico, o cérebro não demonstra as mesmas habilidades de fazer grandes mudanças nas conexões neuronais. São referenciados os primeiros 3 anos como cruciais na vida de uma criança, onde as experiências sensoriais, estimulação e linguagem durante esse período determinam a mielinização e conexão neuronal, baseado no principio que se você não usa, você perde. Outro fator importante é que a mielinização aumenta e a neuroplasticidade diminui, ou seja, quanto mais velho, mais areas mielinizadas temos. Concluindo, devemos estimular nossas crianças de forma precoce, a aproveitar o período critico de intervenção. Lembrando que os períodos criticos de visão e linguagem são diferentes, são respectivamente 7 anos e 6 anos. De qualquer forma, a intervenção precoce oferece sempre o melhor resultado. Como comprovado nesse e em outros estudos, se torna cada vez mais importante a intervenção através de intensivos de tratamento para conseguirmos potencializar os resultados. Para maiores esclarecimentos, converse com um profissional especializado, tire suas dúvidas.
Mariana Donato
Fisioterapeuta
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