Se você atua com fisioterapia pediátrica, reabilitação neurológica infantil ou atende crianças com paralisia cerebral, certamente já ouviu falar do GMFM – Gross Motor Function Measure.
Mas será que ele ainda é considerado o padrão-ouro na avaliação motora?
A resposta é sim, e neste artigo você vai entender o porquê.
O que é o GMFM e por que ele importa tanto?
O GMFM é uma escala internacionalmente validada para medir a função motora grossa de crianças.
Ela permite acompanhar a evolução motora ao longo do tempo e comparar os resultados antes e depois de intervenções terapêuticas.
Por isso, tornou-se uma das ferramentas mais utilizadas na reabilitação neuropediátrica.
Existem duas versões principais da escala:
GMFM-88: composta por 88 itens, divididos em cinco dimensões funcionais. É aplicável a crianças com paralisia cerebral, síndrome de Down, mielomeningocele, traumatismo craniano e outras condições neurológicas.
GMFM-66: uma versão reduzida, mais sensível a mudanças motoras, exclusiva para pacientes com paralisia cerebral.
GMFM-66 Item Sets: eficiência e precisão clínica
Além disso, há os GMFM-66 Item Sets, que tornam o processo mais ágil.
Esses conjuntos aplicam apenas os itens necessários com base no desempenho da criança.
De acordo com Brunton & Bartlett (2011), os Item Sets apresentam ICC > 0,98, mantendo a confiabilidade dos resultados.
Ou seja, são ideais para avaliações clínicas rápidas, sem perder a precisão.
Dica prática: utilize os Item Sets quando precisar otimizar o tempo de avaliação, mas ainda garantir um resultado confiável e sensível às mudanças.
Evidências científicas que sustentam a ferramenta
O uso dessa escala não se baseia apenas na prática clínica.
Diversos estudos confirmam sua confiabilidade e validade, como:
Brunton & Bartlett (2011): validação dos Item Sets e definição dos níveis basal e ceiling
Lundkvist Josenby et al. (2009): estudo longitudinal pós-rizotomia dorsal seletiva
Ko & Kim (2013): análise da confiabilidade do GMFM-88
Alotaibi et al. (2014): revisão sistemática sobre a eficácia do GMFM
Essas evidências reforçam que o GMFM continua sendo o padrão-ouro para mensurar a função motora grossa em crianças com paralisia cerebral.
Aplicações clínicas na reabilitação neuropediátrica
O GMFM permite muito mais do que uma simples pontuação.
Com ele, o terapeuta pode:
Estabelecer metas funcionais realistas
Utilizar as curvas de crescimento motor (GMFM-66) para prever ganhos
Justificar o volume e a frequência de sessões
Mensurar o impacto de intervenções como DMI, TASES, TOT e outras abordagens terapêuticas
Além disso, a escala auxilia na comunicação com famílias e equipe multiprofissional, facilitando o acompanhamento evolutivo da criança.
Na prática da Habilistar, essa ferramenta é aplicada em pacientes com:
Paralisia cerebral
Síndrome de Down
Mielomeningocele
Atraso motor global
Síndromes genéticas diversas
Assim, o GMFM se consolida como um aliado essencial na condução de planos terapêuticos baseados em evidências.
Curso “Dominando o GMFM e o GMFMCS”
Dominar essa escala exige prática, interpretação clínica e experiência.
Pensando nisso, Maria Clara Costa de Farias, em parceria com Carol Costa, desenvolveu o curso “Dominando o GMFM e o GMFMCS” — um treinamento prático e direto ao ponto para terapeutas que buscam diferencial competitivo e segurança na avaliação motora infantil.
Durante o curso, você aprenderá:
A aplicar corretamente o GMFM-88 e o GMFM-66
A interpretar resultados e usá-los para planejar intervenções
A compreender o GMFMCS e sua relação com o prognóstico funcional
A dominar os Item Sets para agilizar suas avaliações
Ao final, você sairá preparado para utilizar o GMFM com precisão e confiança clínica.
Conclusão
Mesmo após décadas de uso, o GMFM permanece como a ferramenta mais confiável para a avaliação motora infantil.
Enquanto o GMFM-88 oferece versatilidade para várias condições, o GMFM-66 destaca-se pela sensibilidade em casos de paralisia cerebral.
Além disso, os Item Sets trazem agilidade sem comprometer a precisão dos resultados.
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